Poeta do testemunho... da problematização da sociedade...e de belíssimos escritos.

Poeta do testemunho... da problematização da sociedade...e de belíssimos escritos.
Jorge de Sena (1919-1978)

quinta-feira, 25 de junho de 2009

uma quarta-feira, na rua...

Ontem à noite, por volta de umas 21 horas, eu estava na Av. Rio Branco, no centro do Rio de Janeiro, antiga capital da nação, sede de um reinado um dia, tentando pegar um ônibus pra ir à casa de uma amiga,muito amiga. Havia no ponto muitas pessoas e um homem, que me parecia um morador de rua, pedindo dinheiro pra passagem e mostrando um pacotinho, que afirmava conterem seus documentos. Meu ônibus não passava e fiquei uns bons vinte minutos no ponto. Meu dia tinha sido daqueles!!

A certa altura ele começou a dizer que iria se matar, atirando-se na frente de um ônibus. De fato, dirigiu-se ao centro da avenida e deitou-se no chão. Durante uns 3 minutos os motoristas procuraram desviar dele, mas como era horário de grande movimento, logo foi impossível ignora-lo. Dois motoristas de ônibus pararam e começaram a descer, imagino que para retirá-lo do meio da rua. Não sei, não fiquei para ver o desfecho, me incomodava o fato de eu não poder fazer nada para ajudar.

Uma outra amiga minha, mais nova do que eu, no entanto, muito sábia, costuma dizer – com razão – que nós não somos nada, no sentido de que num instante a nossa vida pode se acabar, as finanças mudarem, a vida desestruturar, enfim, tudo é possível. Habitualmente ela lembra isso quando morre alguém, mas ontem eu fiquei pensando sobre essa condição de fragilidade humana que, curiosamente, fazemos questão de ignorar.

O capitalismo e seus incômodos....

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