No último dia 2 Jorge de Sena teria feito 92 anos. Eu me lembrei da data, mas nesta última quarta, logo pela manhã, o pai de uma vizinha minha faleceu - enfartou na casa dela. Para quem me conhece, pode parecer estranho eu dedicar atenção a este tipo de coisa, mas passei o dia dando-lhe assistência, notadamente cuidando do seu menino mais velho, que tem 32 anos mas é um menino de 10.
Ela tinha muito amor pelo pai, e foi essa a dor que me doeu - sua perda, não a morte em si.
Nessas horas, duas coisas se destacam: as futilidades e falta de discernimento das pessoas tolas e a boa criação que damos aos nossos filhos (quando cumprimos bem o nosso papel de mãe). O filho mais novo de Norma, de uns 30 anos, veio de casa logo cedo socorrer o avô, que morreu em seus braços, e passou o dia todo cuidando do que devia ser feito, até o fim do enterro.
A morte é inevitável, mas os bons filhos que Deus deu a todo mundo, nem todos souberam preservar. Ela soube. Isso é um grande conforto.