Poeta do testemunho... da problematização da sociedade...e de belíssimos escritos.

Poeta do testemunho... da problematização da sociedade...e de belíssimos escritos.
Jorge de Sena (1919-1978)

terça-feira, 31 de maio de 2011

Um novo mês começando.

PAGU


Contas para pagar. A primeira lembrança que o mês me traz são as contas que devo pagar: luz, gás, mercado, livros (os desse mês foram PARQUE INDUSTRIAL/PAGU; EROS E CIVILIZAÇÃO/ Marcuse e NOVAS ANDANÇAS DO DEMÔNIO/Sena), algumas demandas das crianças (90% delas envolvendo necessidades escolares). Acabou-se o dinheiro.

Não, não é um muro das lamentações virtual. É que quando não se pagam as contas, fica inviabilizado o sossego, e é muito difícil se viver sem sossego. Não se pode pensar em paz com cobranças materiais tão básicas. Pensar requer informações, vocabulário, muita vontade e algum espaço mental.

Felizmente mesmo a opressão não nos tolhe a elaboração, se fosse esse o caso eu não poderia ter passado do ginásio. O bom desses meus infortúnios passados é que procuro garantir o máximo de sossego familiar para os meus pequenos. Meus vizinhos que o digam, volta e meia ouvindo suas risadinhas fora dos horários de aula.

Um novo mês começando, tudo novamente. Bom.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Começaram hoje as inscrições para o ENEM 2011

Isso me lembra a importância e a dificldade de colocarmos nossos filhos na Universidade, o que me lembra imediatamente dois escritores: J. R. R. Tolkien - pai de 4 filhos; e Jorge de Sena - pai de 9 filhos.

Mesmo entendendo que nem todas as pessoas enquadram-se no perfil "acadêmico", o que pra mim são essas pessoas que gostam e acham importante e dedicam-se aos estudos nesse nível universitário, sendo mãe de 3 filhos e olhando para o nosso (louco e temperamentel) mercado de trabalho, penso em que todos eles singrem esse mar de lágrimas, digo, lindo caminho.

domingo, 22 de maio de 2011

CHOVENDO NO MOLHADO - a educação afastada do alcance dos pobres.

Estou lendo, entre outras coisas, A ERA DAS REVOLUÇÕES - 1789-1848, de eric J. Hobsbawm, e na página 62 ele diz: "Temores sociais desencorajavam a educação dos pobres", referindo-se à situação da educação na Grã-Bretanha, no século XIX.

No primeiro momento da instalação do trabalho nas indústrias, ou do modo de procução capitalista, é plausível e coerente supor-se que alguém que passava ao menos 14 horas do seu dia numa fábrica, certamente não teria condições (nem físicas, nem materiais, visto que somente alguém não detentor de meios de procução, portante necessitado de vender sua força de trabalho, ou seja, um pobre, se subtia a isso) de cuidar da formação intelectual, nem de adquirir cultura geral ou básica. Simplificando, também a educação estava já fora do seu alcance.

Seguindo esta linha de raciocínio, é coerente pensar que, em algum momento, tornou-se uma necessidade estratégica para o capitalismo manter os pobres, permanentemente, ignorantes das informações que poderiam levá-los a lutar para mudar de posição na vida e, portanto, no sistema.

Podemos ver, com o passar do tempo, diversas visões acerca da educação, e é claro que não pretendo comentar, nem sequer mencionar, todas. Passarei apenas por algumas, com as quais às vezes eu "dou de cara" por algum motivo.

No filme Orgulho e Preconceito, de 1995, que é baseado no romance homônimo da Jane Austen do início do século XIX, há duas conversas diferentes acerca da educação das mulheres, onde lista-se o universo de conhecimentos básicos necessários para sua formação, objetivando-se - é claro - que façam bons casamentos: desenho, música, conhecimento dos idiomas modernos e muita leitura.

Hoje em dia, num momento em que a produção está muito ligada a novas e complexas tecnologias, e em que vivemos certa crise de mão de obra, devido à má formação de ampla parcela da população, postula-se a solução para estas necessidades de capacitação recentes, mas mantém-se essa prática de afastar os que não compõem a elite dirigente de uma formação humanista adequada. E é para que não sejam capazes de sair da "caverna" que isso é intencionalmente perpetuado.

Quando chove demais num mesmo lugar, há transbordamento, enchente. Enchentes não podem ser ignoradas.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

PAUL CELAN


Paul Celan (Cernăuţi, 23 de novembro de 1920 — Paris, 20 de abril de 1970) foi um poeta romeno radicado na França.

Seu verdadeiro apelido de família era Antschel (ortografia alemã) ou Ancel (ortografia romena). Celan é um anagrama da ortografia romena.

Sobrevivente do Holocausto, Celan é considerado um dos mais importantes poetas modernos da língua alemã. (wukipedia)

Paul Celan, filho de judeus de língua alemã, enaltecido como um dos maiores poetas do pós guerra, carregou e registrou em sua obra a marca do terror nazista. A desolação pela perda dos pais, mortos em um campo de extermínio do qual fugiria, trouxe até nós um texto denso, vigoroso e envolto em silêncio e dôr.

CANÇÃO DE UMA DAMA NA SOMBRA


Quando vem a taciturna e poda as tulipas:
Quem sai ganhando?
Quem perde?
Quem aparece na janela?
Quem diz primeiro o nome dela?

É alguém que carrega meus cabelos.
Carrega-os como quem carrega mortos nos braços.
Carrega-os como o céu carregou meus cabelos no ano em
[que amei.
Carrega-os assim por vaidade.

E ganha.
E não perde.
E não aparece na janela.
E não diz o nome dela.
É alguém que tem meus olhos.
Tem-nos desde quando portas se fecham.
Carrega-os no dedo, como anéis.
Carrega-os como cacos de desejo e safira:
era já meu irmão no outono;
conta já os dias e noites.

E ganha.
E não perde.
E não aparece na janela.

E diz por último o nome dela.
É alguém que tem o que eu disse.
Carrega-o debaixo do braço como um embrulho.
Carrega-o como o relógio a sua pior hora.
Carrega-o de limiar a limiar, não o joga fora.

E não ganha.
E perde.
E aparece na janela.
E diz primeiro o nome dela.

E é podado com as tulipas.
(tradução: Claudia Cavalcanti )



CORONA

Da mão o outono me come sua folha: somos amigos.
Descascamos o tempo das nozes e o ensinamos a andar:
o tempo retorna à casca.

No espelho é domingo,
no sonho se dorme,
a boca não mente.

Meu olho desce ao sexo da amada:
olhamo-nos,
dizemo-nos o obscuro,
amamo-nos como ópio e memória,
dormimos como vinho nas conchas,
como o mar no raio sangrento da lua.

Entrelaçados à janela, olham-nos da rua:
já é tempo de saber!
Tempo da pedra dispor-se a florescer,
de um coração palpitar pelo inquieto,

É tempo do tempo ser.. É tempo.

(tradução: Flávio Klothe)



CRISTAL

Não procura nos meus lábios tua boca,
não diante da porta o forasteiro,
não no olho a lágrima.

Sete noites acima caminha o vermelho ao vermelho,
sete corações abaixo bate a mão à porta,
sete rosas mais tarde rumoreja a fonte.

( tradução: Claudia Cavalcanti )



DO AZUL que ainda busca seu rosto, sou o primeiro a beber.
Vejo e bebo de teu rastro:
Deslizas pelos meus dedos, pérolas, e cresces!
Cresces como todos os esquecidos
Deslizas: o granizo negro da melancolia
Cai num lenço, todo branco pelo aceno de despedida.

( tradução: Claudia Cavalcanti )


DISTÂNCIAS

Olho no olho, no frio,
deixa-nos também começar assim:
juntos
deixa-nos respirar o véu
que nos esconde um do outro,
quando a noite se dispõe a medir
o que ainda falta chegar
de cada forma que ela toma
para cada forma
que ela a nós dois emprestou.

( tradução: Claudia Cavalcanti )



ERRÁTICO

As noites se fixam
sob teu olho. As sílabas re-
colhidas pelos lábios — belo,
silencioso círculo —
ajudam a estrela rastejante
em seu centro. A pedra,
um dia perto da fronte, abre-se aqui:
ante todos os
espalhados
sóis, alma,
estavas, no éter.

( tradução: Claudia Cavalcanti )



QUANDO ME ABANDONEI EM TI,
eras pensamento,

algo
murmura entre nós dois:
do mundo a primeira
das últimas
asas,

em mim cresce
a pele sobre
tempestuosa
boca, tu não chegas até ti.

( tradução: Claudia Cavalcanti )



COMO TE EXTINGUES em mim:

ainda no último
e gasto
nó de ar
estás lá com uma
faísca
de vida.

( tradução: Claudia Cavalcanti )

O VERBETE DO DINHEIRO

http://www.letras.ufrj.br/lerjorgedesena/

VERBETE - JORGE DE SENA E O DINHEIRO - por Beatriz Helena Souza

Considerando que falamos do poeta que se colocou a serviço do testemunho, poderíamos nos perguntar qual o espaço que ocupa, bem como o papel que desempenha, o dinheiro na obra seniana.

Dinheiro é tema que perpassa a obra de Jorge de Sena, evidenciando diversos modos de relações entre as pessoas. Comparece como medida de valor, frequentemente para marcar a desvalorização do ser humano. É o caso, por exemplo, do poema “Rendimento”, datado de 1946 e publicado em Post-scriptum, de 1961, no qual temos demonstrada a necessidade de pedir esmolas por parte de um adulto, que “No regaço, e protegido pelos joelhos agudos,/ tinha um boné no qual/ esmolavam os transeuntes.” (SENA, 1961, p.183). A essa esmola chamarei de dinheiro-humilhação, que aponta para a importância do dinheiro na nossa sociedade. Podemos observar na cena a inscrição de um desconhecido, do qual também se indicia a falta de saúde, fator cuja principal consequência -- tema central no poema -- é o impedimento para o trabalho, o que inviabiliza o atendimento das necessidades básicas para a manutenção da vida em condição minimamente digna.

O fato de se estar empregado, como o taxista de “Lisboa, 1971”, por sua vez, não traz a solução para a questão do sustento, visto que pelo trabalho não se obtém a quantidade de dinheiro suficiente para atingir tal objetivo. Como um bom capitalista, “(...) o patrão conta/ que ele se arranje do a mais com as gorjetas.” (SENA, 1989, p. 173/4) Apropriadamente, este poema aparece num livro intitulado Exorcismos. Aqui temos um dinheiro problemático, visto que, embora de origem lícita, não implica obrigatoriedade por parte do cliente, e torna-se, pois, necessária a denúncia. Considerando o fato de que o poema é localizado num tempo específico, já desde o título demarcado, e posteriormente reforçado por uma cifra específica num verso, constitui um importante testemunho das mazelas do sistema então vigente.

O chamado “vil metal” presta-se, por outro lado, aos seus usos habituais, como a aquisição de objetos e a contratação de serviços. Por exemplo, as noitadas com prostitutas que podemos ler no romance inacabado Sinais de Fogo, assim como, neste mesmo romance, o custeio do deslocamento e dos mantimentos, já que é necessário conseguir dinheiro para financiar a fuga dos dois espanhóis escondidos na casa do tio do protagonista Jorge, por ocasião do início da Guerra Civil Espanhola.

A produção poética de Jorge de Sena abarca um longo período, em que acontecem inúmeras transformações no mundo. Isto nos permite encontrar o dinheiro indiretamente relacionado ao trabalho, mesmo em profissões não convencionais, como os “não actores” que “se alugam para filmes/ da mais brutal pornografia crua”, no poema “Filmes Pornográficos” (SENA, 1989b, p.210) -- testemunho do surgimento da indústria do cinema pornô, a explorar um nicho de mercado. Estes funcionários “(...) só fazem/ tudo o que possa imaginar e a sério/ com a máquina espreitando bem de perto”, e aqui o que causa espanto é a transformação da observação do ato sexual num produto, num bem monetariamente mensurável e, portanto, passível de comércio; sem falar na mais-valia gerada por esta atividade, na qual seres humanos são transformados em espetáculo, não sua atuação. Outros trabalham na filmagem, outros ainda na bilheteria das salas onde o filme deve ser exibido, e o direito de assistir a uma mesma fita será vendido a diversos espectadores, gerando assim lucro, inúmeras vezes.

Convoco para esta questão Bertolt Brecht, quando nos lembra de que vivemos sob certas construções humanas, particularmente modelos econômicos, que não são naturais. O advento do dinheiro, enquanto elemento que permitiu maior mobilidade aos indivíduos, já que não precisavam, por exemplo, de ficar presos à terra para usufruir de suas posses, constitui-se também num fator de transformação profunda nas relações sociais. Voltando a “Filmes Pornográficos” (SENA, 1989b, p.210), temos o surgimento de novas relações profissionais para a obtenção de tão inusitado produto, simplesmente pelo inegável fato de que, no capitalismo, pretende-se que o dinheiro possa comprar tudo. Isto nos remete aos versos finais de “Tudo é tão caro”, pois, de fato, considerando que nem tudo esteja à venda, “nem mesmo com possuir/ eu poderei pagar-te.” (SENA, 1989, p. 69).

Temos, ainda, uma das formas iniciais de dinheiro, no sentido de instrumento de medida social de valor: o sal, de onde surgiu o vocábulo salário, como é de conhecimento geral. Jorge de Sena, em “Conheço o sal”, de 1973, soube expressar a idéia do valor de um relacionamento entre um casal, a marca daquela convivência entre os “amantes enlaçados” (SENA, 1989, p.232) do verso final, definidora do conhecimento de ambos sobre cada um, ao longo de muito tempo. Algo que não tem preço e, por isso mesmo, vale mais ainda.

Num sistema baseado na propriedade privada dos meios de produção e acumulação de bens materiais, no qual autor e obra estão inseridos, o dinheiro opera tal como a chave que abre todas as portas. Sua ausência cumpre, assim, o papel de instalar o espaço da pobreza material ou denunciar a desigualdade social em que se estrutura uma sociedade. Sena o desmascara, no entanto, em “Ode aos livros que não posso comprar”, a partir de uma (não) metáfora, conforme escreve Luis Maffei, “Simples como isso:” e cita os versos iniciais do poema: “Hoje fiz uma lista de livros,/ e não tenho dinheiro para os poder comprar.”, e completa: “uma afirmação que poderia estar fora de um poema. Mas não está.”(MAFFEI, 2009, p. 157). Aqui não se lamenta a impossibilidade da atitude consumista, mas “(...) preciso de comprar alguns livros,/ Uns que ninguém lê, (...)/ Para, quando se me fechar uma porta, abrir um deles”, sinalizando que o caminho para a suplantar a “minha vida difícil” (SENA, 1989, P. 143) extrapola o que o dinheiro possa comprar. Para tal existe a a arte, aquilo que pode haver de mais humano feito por nós.

“Jorge de Sena nunca escreveu nada em que não se escrevesse.” (LOURENÇO,1999, p. 44), escreveu Eduardo Lourenço, e aqui comparece o “Lamento de um pai de família”, cujo início cito: “Como pode um homem carregado de filhos e sem fortuna alguma/ ser poeta ...”. É interessante notar que, embora o vocábulo não apareça em momento algum neste poema, a falta de dinheiro é o que se está lamentando, notadamente pela “(...) miséria que me dão e querem dar a meus filhos,(...)” o que, para além de um possível dado biográfico, compõe um forte testemunho da angústia de viver entre aquela parcela de excluídos do sistema, “o número de indivíduos que é forçoso condenar à miséria (...) à penúria absoluta, para produzir um rico” de que falava Almeida Garrett. (GARRETT, 2008, p. 25).

O capitalismo, como sabemos, não inventou a exploração do homem pelo homem. Sena, leitor de Camões também, o sabia. Além de sua obra poética, Jorge de Sena dedicou-se anos a fio à obra de Camões, revolucionando a leitura do vate quinhentista, sobretudo por demonstrar que “Camões não é o pastelão patriótico-clássico que durante anos tem sido.” (SENA, 1970, p. 11), segundo suas próprias palavras. Sena atribui um novo valor àquele que, em sua obra maior, refletia sobre o significado e consequências do audacioso projeto expansionista e mercantilista, projeto que, assim como no capitalismo, poderia enriquecer muito poucos em detrimento da miséria da maioria.

Assim, chegamos a “Camões dirige-se aos seus contemporâneos”, escrito em 1961, poema no qual o poeta dá voz a um Camões que amaldiçoa, em versos como “Não importa nada: que o castigo/ será terrível.” (SENA, 1978, p. 99), aqueles dos quais não obteve recompensa de espécie alguma em vida, assim como aqueles que virão a roubá-lo. Recompensa e roubo têm relação com dinheiro, pois somente algo de valor pode funcionar como prêmio, bem como ser atrativo para ladrões. Do pouco que sabemos sobre Luis de Camões, é certo que nada lucrou com seus escritos. No conto “Super Flumina Babylonis”, o maior escritor da língua portuguesa é apresentado por sua mãe como o “filho envelhecido e doente” (SENA, 1966, p. 155), e ele a ouve dizer que “isso de poesias nunca dava nada a ninguém” (SENA, 1966, p. 164). Camões está na miséria, com a tença atrasada, e eis aqui novamente a falta de dinheiro marcando o espaço da pobreza.

Jorge de Sena, num de seus famosos prefácios, diz o que considera ser tarefa dos escritores: “num mundo onde as vidas se tornaram tão baratas que podem ser gastas por milhões, aos escritores cumpre resistir.” (SENA, 1988, p. 22). Em sua obra, Sena abordou o dinheiro visando à resistência e à supremacia do humano sobre a “vã cobiça” (Lus, IV, 95, 1), que ainda anda pelo mundo, onde “tudo é tão caro”.




Bibliografia

CAMÕES, Luis de. Os Lusíadas. Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército Editora; 1980.

GARRETT, Almeida. Viagens na minha terra. São Paulo: Martin Claret; 2008.

LOURENÇO, Eduardo. Viagem no imaginário crítico de Jorge de Sena in SANTOS, Gilda (org.). Jorge de Sena em rotas entrecruzadas. Lisboa: Edições Cosmos, 1999, p. 43-50.

MAFFEI, Luis. O dinheiro como metáfora ou a (não) metáfora do dinheiro em dois poemas de Jorge de Sena. Gragoatá n.26. Publicação do Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal Fluminense – Niterói: EdUFF; 2009, p. 155-170.

SANTOS, Gilda (org.). Jorge de Sena em rotas entrecruzadas. Lisboa: Edições Cosmos, 1999.

SENA, Jorge de. A estrutura de “Os Lusíadas” e outros estudos camonianos e de poesia peninsular do século XVI. Lisboa: Portugália Editora;1970.

_____. 40 anos de servidão. Lisboa: Edições 70, 1989.

_____. Novas andanças do demônio. Lisboa: Editora Círculo de Leitores, 1966.

_____. Poesia I. Lisboa: Livraria Moraes Editora, 1961.

_____. Poesia II. Lisboa: Livraria Moraes Editora, 1978.

_____. Poesia III. Lisboa: Edições 70, 1989.

_____. Sinais de Fogo. Lisboa: Edições 70, 1984.

* Beatriz Helena Souza é mestranda em Literatura Portuguesa na UFF, tendo como tema "A necessidade de ganhar a vida na obra de Jorge de Sena"

domingo, 1 de maio de 2011

1 de Maio - dia internacional do trabalhador.

Hoje é o dia internacional do trabalhador. Pela manhã fui a um ato político. Fui e voltei de ônibus, em que motoristas e cobradores estavam trabalhando, assim como lojistas, padeiros, funcionários de mercados, etc. Boa parte talvez desconheça a importância histórica desta data, bem como ao seu próprio papel na história.

As classes dominantes trabalham para manter os trabalhadores afastados dos dados, da formação acerca de seu próprio passado, enquanto parcela significativa da humanidade, como meio de mantê-los sob dominação e sem resistência.

Mas, como sabemos, o objetivo principal neste sistema é a obtenção de lucros, e isso coloca o bem estar das pessoas sabe lá em que plano! Não há como barrar a resistência dos explorados, mesmo que ela não se dê de forma organizada.

Me lembra Jorge de Sena: "Como pode um homem carregado de filhos e sem fortuna alguma/ ser poeta...". Eu me pergunto sempre como poderemos continuar nessa exploração cada vez maior e mais nefasta, posto que mascarada de tal forma que a maioria ainda não a perceba.

É PRECISO DERRUBAR ESSE SISTEMA. É PRECISO, ENTÃO, CONSTRUIR OS NOVOS HOMEM E MULHER. É PRECISO TRANSFORMAR A SOCIEDADE.